terça-feira, 22 de março de 2016

A Terceira Visita ao Brasil: Just a Fest [2009]

"Nós saímos...
E passeamos na cidade
Nós somos manequins 
Nós somos manequins 

Vamos ao clube...
E começamos a dançar 
Nós somos manequins 
Nós somos manequins"

 Em comemoração ao especial vinte e dois de março, sete anos depois do histórico (e bagunçado) show do Kraftwerk em São Paulo (e, dois dias antes, Rio de Janeiro) faço um post falando especificamente da terceira visita do grupo ao país, que havia passado apenas cinco anos antes, em oportunidades que já falei ou estou devendo comentar. Havia relativo pouco tempo conhecendo o Kraftwerk, mas sem dúvidas já havia vontade de ir a um dos seus lendários shows.

 O show pelo festival Just a Fest foi uma proposta era um tanto quanto... diferente (na verdade esquisita). Não consigo até nos dias atuais unir, no mesmo show, três coisas tão diferentes quanto Kraftwerk, Radiohead e Los Hermanos.

 O Pedro Zambarda justificou em um post dias depois, que até faz certo sentido: "Por mais que alguns presentes protestassem nos shows de abertura, ou até durante o espetáculo principal, RADIOHEAD só foi o sucesso por incorporar as inovações tecnológicas que os sintetizadores do KRAFTWERK inauguraram. E, mesmo que não seja sua influencia principal, LOS HERMANOS foi afetado diretamente pelo mesmo rock indie que o RADIOHEAD formou, com diversas outras bandas, no final dos anos 1980."

 Ok, até justifica, mas pensar nos três públicos (ok dois) no mesmo festival soou um tanto quanto esquisito.

 Dito isto, até outros detalhes diferenciam um pouco de um show "comum". O que se diz é que, normalmente, a atração principal fica no "meio" da atração convidada e da atração "secundária". A sequência de shows não difere nem ao menos do horário comum ao que o Kraftwerk costuma tocar: 20h00, horário local. A sequência de shows foi:

Horário de abertura dos portões: 16h00

- Inicio dos Shows: DJ [17h00]
- Los Hermanos às 18h00
- Kraftwerk às 20h00
- Radiohead 21h30h

 O que comentaram, na época, com a pequena turnê que o Kraftwerk fez "junto" ao Radiohead (acredito eu que mais por conveniência do que qualquer outro motivo) na América Latina, tendo início no México, passando por aqui, Argentina e Chile, foi colocada dessa forma porque simplesmente: o Radiohead queria ver os shows do Kraftwerk (sério, era só isso). Se esse fato é verídico para banda que um disco de nome "Ok, Computer", eu sinceramente não sou o melhor a dizer, pelo simples fato de não conhecer a banda, mas apenas algumas músicas, que me soam um pouco... depressivas.

 O show que fez parte da última fase "2-D" do grupo, estruturalmente e tecnicamente foi coberto de problemas. Desde o que chamamos de "lameiro" na Chácara do Jóquei Clube de São Paulo, telões nitidamente pequenos para o palco (e que falharam no início) até o público por demais diferente. Para se ter uma ideia, o show de dois dias antes, na Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, teve um público de 54 mil pessoas. Foi gente pra burro.

 Sobre o "público diferente", explico pelo pós-show: um dos fatos mais clássicos para fãs mais recentes (como eu) do grupo foi um tópico no finado Orkut despejando os infinitos comentários (comentados, é claro) de fãs das duas outras bandas que tocaram durante o show do Kraftwerk. Eram verdadeiras pérolas, que na época me deixaram com certa raiva, mas que agora causam me certo riso, até pelo parcial esquecimento. Fato semelhante foi quando o rapper (?) Criolo deu uma "alfinetada" no que virou o anfitrião do já histórico Sónar SP, em 2012. Não é incorreto dizer que boa parte da mídia (especializada, inclusive) também considerou a atração "secundária" a principal.

 Na mídia o grupo também teve algumas entrevistas em jornais e uma entrevista concedida em vídeo pelo seu doppelganger à Multishow.

 A própria Multishow transmitiu o que normalmente a banda permite, para quem tem produtores com bom jogo de cintura. A regra é clássica: trinta minutos de show. E ponto final. E foi feito: a Multishow transmitiu, então, todas as faixas do show à partir de "The Model". O show foi do estilo curto, feito com apenas treze faixas em suas versões mais curtas, passando um pouco mais de sessenta minutos.

 Uma das surpresas foi, pela primeira e única vez na história, Ralf Hütter ter cantado em nossa língua (ok, lembrando do Rio de Janeiro, certo?). A música foi um trecho de Showroom Dummies, que curiosamente foi cantada em sua versão francesa, acreditando talvez que sonoramente se aproximasse de línguas como o português e espanhol.

 A segunda surpresa, para nós fãs, foi que poucos meses depois o show completo foi adicionado ao hall de vídeos do site do grupo, o que é um verdadeiro presente para quem é fã de uma banda tão resguardada. Tomei a liberdade, logo no início do canal e com algumas traquitanas tecnológicas fazer upload de todos os vídeos, e desse, editado, para melhor visualização. Esses vídeos se mantém no canal até os dias atuais, desde sempre, até quando o grupo permitir.

 Vamos ao de sempre, então...

- Show completo, em playlist:




- Faixas:

01 - The Man Machine
02 - Planet of Visions
03 - Numbers
04 - Computer World
05 - Tour de France Étape 2
06 - Autobahn
07 - The Model
08 - Showroom Dummies / Os Manequins
09 - Radioactivity
10 - Trans Europe Express
11 - The Robots
12 - Aerodynamik
13 - Music Non Stop

 Sete anos depois tentei fazer um resumo decente e corrido. Espero ter sido minimamente competente. A versão do áudio de TV contém breve correções de alguns "cliques" de áudio do show. Espero ter ajudado nisso. 

 PS: estamos de olho vivo nos shows de 2016, mas sem ter como postá-los melhor aqui por falta de tempo. 

 PS²: agora temos uma página no Facebook, é só pesquisar por BrKlingKlang ou passar por aqui.

 Agora sim! Isso é tudo. Até breve.

Links: 

- resumo do evento no last.fm
- Pedro Zambarda no whiplash.net
- Marxos Xi no rockinprinpress.com

"Vamos ao Clube.
 Good Night
Auf wiedersehen"
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