domingo, 4 de outubro de 2020

Kraftwerk: de revolução à estática

Uma reflexão sobre um dos mais influentes grupos de música eletrônica do século XX.

Jessica Jaconetti  —  Düsseldorf, fim da década de 1960. Surge um grupo de rock psicodélico que se tornará uma das maiores influências da música pop mundial. Kraftwerk, usina ou central elétrica em alemão, começou a se destacar em 1974, com seu álbum Autobahn

O som experimental e peculiar atraiu muitos, primeiramente no cenário alternativo. Com o tempo, a atitude dos integrantes do conjunto começou a mudar, criando teorias conspiratórias, estórias e questionamentos.

Esse grande mistério é considerado o grande motivo para o endeusamento criado pelos fãs, extremamente idólatras. Alguns têm atitudes dramáticas imitando robôs e sendo apáticos.

Além de irem a vários concertos por ano, compram o que o Kraftwerk chama de catálogo, o que exclui os três primeiros álbuns. Qual a desculpa para tal decisão? Talver o senhor Hütter tenha medo de seu próprio passado, querendo cortá-lo de sua vida.

Não entendo como uma banda quer virar peça de museu. Fãs ainda aguardam por um novo álbum, algo que não irá acontecer de fato. Lembro sempre da frase dita por uma mãe de um aficcionado: Meu filho é doente por Kraftwerk. Quando a ouvi não via sentido em suas sábias palavras, por estar com a mesma enfermidade.

O tempo me fez mudar, não sei se é algo positivo, mas minha insensibilidade cessou. Não há mais a possibilidade de concordar com pessoas que afirmam que Hütter é interplanetário, superior e bidimensional. Acredito que a sensibilidade é essencial para realizar arte e que ainda existem seres com esse dom no planeta.

Robôs são programados para reproduzir e cruzar códigos criados por seres humanos. A monotonia e o tédio não são iminentes? O artista está em constante mutação. O próprio museu, que é de grande inspiração, muda suas exposições entre períodos, de acordo com diferentes pontos de vista, propostos pelos curadores.

Entendo que o quarteto de Düsseldorf quer ser eternizado pelo seu trabalho e influência. Em antítese, não os considero sagrados, mas seres humanos mortais, que inclusive já começaram a partir para a outra dimensão, como Florian Schneider-Esleben.

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DunaPress

segunda-feira, 11 de setembro de 2017

The Catalog 3-D (Review e Impressões)

 Já faz um bom tempo de lançado o Katalog 3-D, com direito a vídeos no YouTube e tudo mais. Então, como já é de amplo conhecimento de todos, vamos a um pouco das impressões que tive.

kraftwerk.com

 A primeira e estranha impressão é que mesmo que tenham sido registros de apresentações ao vivo, não há qualquer som de público nos registros do Catálogo, algo que possa estranhar a muitos, como estranhou também a mim, mas levando em consideração a decepção de Ralf de não ter incluído registros de determinados shows para o antigo Minimum-Maximum pelas palmas terem sido batidas do jeito que queria, isso não é muito surpreendente.

 De forma semelhante a como feito em álbuns como o Electric Café, a primeira parte dos dois primeiros blu-rays, que contém os shows e a presença de ambos no palco, quase não os vemos. A partir de Numbers é que temos mais atividades do quarteto no palco. Isso é bastante explícito. Explicando: Electric Café tem seu lado 1 com partes sem letras cantadas, a segunda inicia-se com The Telephone Call, com a voz de Karl Bartos.

 Sobre a qualidade do produto final, não podemos dizer nada mais que impecável. Ter opções em 2.0 e 5.1 com os mais variados codecs ajuda e muito até os mais exigentes, mesmo que utilizem apenas conteúdo digital. Já para os mais saudosistas, versões em vinil foram disponibilizadas. Pontualmente tudo que há de se considerar sobre o conteúdo está relacionado mesmo a ausência de som de público e o pouco aparecimento dos nossos conhecidos. 

 O primeiro benefício de não ter público é para quem quer ouvir "apenas" a obra, mas é também um demérito para quem gosta de uma melhor ambientação. Outro ponto a se considerar também é que nosso quarteto poderia muito bem aparecer mais em todo o Catálogo, com direito a vê-los manipulando toda a aparelhagem e mostrando melhor que nem tudo aquilo é programado, apesar de termos bem mais "samples" atualmente do que tivemos nos tempos do Minimum-Maximum.

 Seria também exigente da minha parte que a versão resumida não fosse como a lançada, mas sim a de um set-list comum de um show? Melhor nem pensar...

 A última consideração e importante a ser lembrada é que a obra representa um fim de ciclo e um fim de ciclo com conteúdo tão completo que talvez não tenha qualquer precedente. Com toda obra considerada importante por Ralf (mesmo que ele admita revisitar os álbuns anteriores) remasterizada e disponível e com qualidade impressionante, deixa os fãs mais esperançosos com conteúdo novo. Oras, se tudo que há de ser feito já foi feito, não seria a hora de algo novo? Ou marcaria esse o fim do Kraftwerk, pelo menos como nós conhecemos? A segunda questão assusta, mas é algo a se considerar.

 Para mim, na verdade, ainda há uma coisa a ser feita: o Kraftwerk trazer o Catálogo completo para América do Sul. Com apresentações feitas em praticamente todos os continentes, apenas nós sul-americanos ficamos de fora. Apresentações em locais importantes como o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro em 1998 já foram feitas, porque é tão difícil trazê-los pra cá novamente? Apresentações no Chile/Argentina/Brasil parecem viáveis. Seriam caras demais? Algum especializado em eventos do tipo poderiam me informar porque é tão difícil? Fica a questão.


Trailer do 3-D The Catalog

 Especulações à parte, em consideração ao outro conteúdo em vídeo que o Kraftwerk produziu para shows, o Mínimum-Maximum, este fica no mesmo nível, já que sua extensão e qualidade sonora compensa a ausência de ambiência de shows e outros aspectos que já citei aqui. O Catalog possui, para os mais atentos, uma câmera mais relutante e ajustes de enquadramento aqui e acolá, mas que não comprometem a qualidade do conteúdo geral. Contudo, talvez seja um sintoma que a empresa contratada pra fazer os vídeos não sabiam muito da dinâmica (quase nenhuma na verdade) de palco durante os shows. Uma visualização anterior poderia corrigir isso tranquilamente.

 Enfim, se formos arbitrários e atribuir nota? Um quatro de cinco estrelas.

 Então? O que vocês acharam do Catálogo?
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quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Anunciado Primeiro Show para 2018

 Voltando com um post bastante rápido (e talvez seja o mais adequado para esses últimos tempos). 

 Hoje fomos informados pelo Mark Smith do residentadvisor.net[1] que o Kraftwerk já tem show marcado para 2018. O show deverá ocorrer no dia 13 de fevereiro na Rússia, mais especificamente no Grande Palácio do Kremlin, ou Kremlin Palace para os falantes de língua inglesa.

wikipedia.org[2]

 O grandioso palácio, lar dos tsares em tempos mais antigos, tem 145 metros e destaca-se tanto pela sua grandiosidade quanto pela sua beleza. O prédio também possui cinco salões e o show deve ocorrer no Grande Salão do Palácio do Kremlin, ou ao menos assim consegui -- é claro, com o auxílio do google -- traduzir o local onde será o show.

 Havia uma expectativa que o show fosse na parte externa do palácio, tal como ocorreu de forma semelhante com o Jean Michel-Jarre, quando em 1997 fez o que é conhecido como o show de maior público da história. Porém, ao que parece, será um show interno (indoor).

 É óbvio que devido ao tempo que teremos até o show ocorrer, o site[3] oficial que divulgava o evento já está fora do ar, mas nada que algumas ferramentas da web como o cache do Google não nos auxiliem[4]. A mensagem foi:

13 февраля вторник - 19:00 
13 февраля 2018 года в Большом зале Государственного Кремлевского Дворца пройдет концерт группы "KRAFTWERK (КРАФТВЕРК)" (Германия).

 Então, como não tem havido muitos cancelamentos de shows nos últimos tempos, podemos considerar oficial que já temos o primeiro show para 2018, no que deve ser considerado pelos bootlegers como: 2018.02.13 - Russia, Moscow, Kremlin Palace e que ocorrerá as 19h00 (horário local). Devemos ficar também atentos a mais shows, já que é relativamente difícil que o grupo marque apenas um. Isso tem ocorrido com pouca frequência nesses últimos anos.

 No vídeo abaixo você pode conferir como é o espaço de shows: belo e grandioso, que deve ter uma excelente acústica, típico para um ótimo show do Kraftwerk:

canal bilettorg no YouTube[5]

 Assim que iniciarem as vendas para o show, atualizaremos o post com um link[6] de acesso ao site de vendas, caso as vendas, óbvio, forem online.

 Curto e grosso, estamos por aqui.

 Não deixe de passar na nossa página do facebook[7].

 PS: pela dificuldade com a língua talvez uma informação ou outra possa estar incorreta. Caso isso ocorra, iremos corrigir.


[1] residentadvisor.net

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